Grupo que surgiu em programa humorístico rapidamente passou para a rádio, bailes e musicais de televisão
Por João Carlos Mendonça
(jcwrep@hotmail.com)
Principalmente durante os anos 70, nunca o humor televisivo brasileiro esteve melhor. A turma driblava a Censura com a manha que só os craques de verdade conhecem. Jô Soares, Agildo Ribeiro, Juca Chaves, Costinha, Manoel da Nóbrega (por que não?) e até mesmo os trapalhões do Renato Aragão eram alguns destes. Contudo, o Chico Anysio era o maestro da equipe. Ele encarnava personagens impagáveis, sempre dentro do contexto da época, utilizando guarda-roupa, trejeitos, “gags” e principalmente vozes quase inimitáveis que a gente tinha certeza de serem aquelas figuras, reais. Existirem de fato. E eram incontáveis. Vale ressaltar que por trás da criação de muitos daqueles tipos e textos, estava o gênio do modesto Arnaud Rodrigues.
Assim foi que, Arnaud, Chico e o Renato Piau, criaram uma trupe chamada Baiano e os Novos Caetanos para o programa semanal Chico City. Mais que uma sátira ao Caetano Veloso e o grupo Novos Baianos, eles brincavam com todo folclore típico do Tropicalismo (tinha a Amaralina, o Paulinho Boca de Profeta e outros) para fustigar os costumes, o comportamento e as convenções quase impostos pelo Regime Militar vigente. Afinal, as gírias e expressões, a fala entorpecida, as batas, os cabelos longos e desgrenhados e principalmente a música de Caetano e seus pares incomodavam bem mais que as bandeiras do Vandré. E em Chico City, isto tudo era propositadamente exagerado… e muito engraçado.
http://cinegrafando.com/2015/11/28/baiano-e-os-novos-caetanos/